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Publicado em
23/07/2020
Com dois modelos distintos (e complementares) de operação, as duas empresas agora vão poder suprir de forma mais integral a demanda de seus clientes. Enquanto a Liber permanece focada na triangulação entre a companhia dona do crédito, sustentando as cadeias de fornecedores, a Adianta deve seguir fornecendo capital de giro para pequenas e médias empresas.
“Há muito tempo já existe essa demanda dos fornecedores que atendemos para antecipar duplicatas de outros clientes deles. Sempre tivemos que recusar isso, o que representava uma perda de oportunidade de negócio, mas também era problemático porque não conseguíamos atender nosso cliente de forma completa”, explica Victor Morandini Stabile, CEO e cofundador da Liber Capital.
No modelo em que a Liber opera, só é possível antecipar os recebíveis detidos contra empresas conveniadas, o que corresponde a menos de 20% do contas a receber dos clientes. Agora, com a compra da Adianta, essa participação de mercado se amplia.
Sem revelar os valores da transação, as companhias afirmam que uma parte do aporte foi usada para atender à tabela de capitalização, ou seja, pagar antigos investidores da Adianta. Mas uma outra parte do montante deve ser destinado à manutenção da plataforma.
“A ideia é fortalecer o crescimento da nossa linha de originação, seja de clientes vindos dessa nova base da Liber ou através de parcerias. Já estávamos integrado com alguns RPs do mercado e quer ganhar mais capilaridade nesse sentido”, comenta o CEO da Adianta, Marco Camhaji.
A princípio, as empresas devem seguir operando de forma separada, mas uma fusão é considerada para o médio prazo, um período de dois anos. Por enquanto, conforme afirmam os diretores, o foco é aproveitar a explosão da demanda, como efeito da crise do coronavírus, para amplificar o crescimento.
Com a aquisição formalizada num momento árido, Stabile admite que houve um momento de preocupação, mas garante que a rápida recuperação do mercado trouxe confiança para a conclusão do negócio.
“Tínhamos uma preocupação, pela incerteza, principalmente nos primeiros meses. Mas conseguimos navegar bem e passar por esse momento sem inadimplência”, conta o CEO.
Para o CEO da Adianta, a ação das autoridades responsáveis amaciou a queda, mas a conta ainda pode chegar. Como a CVM autorizou a prorrogação do prazo de FIDCs em 60 dias, sem que isso interferisse na avaliação dos fundos, pode ser que o impacto se mostre maior num futuro próximo.
Enquanto isso, as companhias protegem o próprio caixa. “Começamos a ser um pouco mais duros em relação ao crédito, a olhar com mais cuidado para as operações, e reduzimos alguns limites. Esse foi um movimento geral, especialmente quando falamos de FIDCs”, afirma Camhaji.