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Publicado em 19/06/2019

Mercado aguarda sinais do Copom sobre rumo da Selic (Valor Econômico)

Com a intensificação das apostas no cenário de corte de juros por parte dos investidores no último mês, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) dê os primeiros sinais de que essa possibilidade está sendo considerada. De acordo com analistas consultados pelo Valor, esses sinais podem ser vistos no menor otimismo com a atividade econômica, na atualização das projeções de inflação e, principalmente, na reavaliação do balanço de riscos.

Hoje, o Copom anuncia sua decisão de política monetária e a expectativa dos analistas é que a Selic seja mantida em 6,5%. Para o fim do ano, por outro lado, a maior parte do mercado já defende o corte na taxa. Ontem, num sinal bastante representativo do consenso no mercado, o comitê da Anbima revisou o cenário pela primeira vez no ano e agora passa a ver queda da Selic, a 5,75% no fim de 2019.

Esses são alguns dos principais pontos a serem acompanhados no comunicado do Copom de hoje.

Inflação abaixo das metas

Num possível sinal de que há espaço para acomodar mais estímulo, as novas estimativas de inflação do Copom devem ficar abaixo do centro das metas de 2019 e 2020, de 4,25% e 4%, respectivamente. No cenário de referência, que considera câmbio e juros constantes, o Itaú Unibanco calcula que as estimativas do Copom devem recuar de 4,3% a 4% em 2019 e de 4% a 3,8% em 2020. No cenário de mercado, a expectativa é que as projeções recuem de 4,1% a 3,9% e de 3,8% para 3,7%, na mesma base de comparação. Os investidores têm se adiantando à revisão das estimativas e a inflação projetada pelos títulos públicos opera abaixo das metas.

Balanço de riscos

Um dos principais pontos a serem acompanhados pelo mercado vai ser a atualização do balanço de riscos. Atualmente, o balanço é definido pelo BC como simétrico, um meio caminho entre riscos de alta e de queda da inflação. Eventual atualização para assimétrico, com mais chances de queda de inflação, seria um sinal importante dos planos da autoridade monetária para a Selic nos próximos meses. Parte do mercado acredita que essa alteração pode ocorrer nessa decisão. Outros afirmam que a mudança ainda depende de um avanço mais concreto da agenda de reformas.

Atividade econômica

A leitura do BC para a atividade será importante para medir a disposição da autarquia em reduzir ou não o juro em 2019. Desde a última decisão do Copom, foi divulgado o PIB do primeiro trimestre, com recuo de 0,2%, assim como outros dados de atividade que confirmaram que o quadro de fraqueza segue. Embora a necessidade de mais tempo para medir as variáveis macro continue valendo, com o intuito de ver a influência de choques recentes nos preços se dissipando, o BC pode mostrar uma visão menos otimista para a recuperação econômica e apontar para um hiato do produto ainda mais aberto. Esse cenário pode sugerir a necessidade de mais estímulos.

Agenda de reformas

Um dos pontos que ainda evitam uma aposta mais contundente na flexibilização monetária é a incerteza em torno da reforma da Previdência. Nas últimas semanas, porém, a perspectiva de aprovação da medida no Congresso tem angariado mais confiança entre os agentes. Ainda assim, o Copom deve reiterar que uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar os prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária.

Cenário externo

Analistas consideram também que a percepção do Copom sobre o ambiente externo deve passar por ajustes, principalmente por causa da perspectiva de juros mais baixos lá fora. Os dirigentes do Federal Reserve, o banco central americano, têm reconhecido a possibilidade de flexibilização monetária para sustentar a recuperação da atividade. E ontem foi a vez de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmar que, sem avanço da inflação na zona do euro, estímulos adicionais serão necessários. Para além das economias desenvolvidas, autoridades monetárias de alguns emergentes já adotaram juros mais baixos. Com isso, o dólar tem perdido força contra as moedas globais, inclusive o real, o que alivia a pressão sobre a inflação no Brasil.

 

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