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Publicado em 01/12/2016

Metade dos clientes de bancos no mundo já usa serviços de fintechs (Computerworld)

Metade dos clientes bancários em todo o mundo estão usando produtos ou serviços de pelo menos uma fintech, startup de serviços financeiros, é o que revela a primeira edição do World FinTech Report (WFTR), estudo conduzido pela Capgemini e pelo LinkedIn, em colaboração com a Efma.

O estudo constatou que as fintechs estão ganhando força e reconhecimento entre os mais jovens ─ os "tech-savvy" (grandes conhecedores de tecnologia moderna, especialmente computadores) ─ e entre clientes com maior poder aquisitivo. Os mercados emergentes lideraram a adoção, sendo que mais de 75% dos clientes na China e na Índia relataram usar serviços prestados por finfechs, seguidos pelos Emirados Árabes Unidos e Hong Kong.

As fintechs fizeram os maiores avanços na gestão de investimentos, sendo contratadas exclusivamente por 17% dos clientes, além de outros 27% que as usam adicionalmente aos fornecedores tradicionais. Com tantas fintechs especializadas em serviços de nicho, o WFTR também descobriu que muitos clientes (46%) estão usando serviços de mais de três empresas.

Apesar do caráter disruptivo das fintechs em relação aos serviços financeiros tradicionais, o nível geral de confiança do cliente nessas startups continua baixo. Apenas 24% dos clientes disseram confiar na fintech que utiliza, na comparação com 37% que confiam nas empresas tradicionais. Os clientes notaram que instituições financeiras tradicionais ainda guardam alguma vantagem sobre as fintechs quando se trata de proteção contra fraudes, qualidade de serviços e transparência.

"Aumentar as expectativas dos clientes para experiências digitais mais personalizadas, avanços na tecnologia, maior acesso ao capital de risco e menores barreiras para a entrada criaram um terreno fértil para o crescimento das fintechs", explica Penry Price, vice-presidente de soluções de marketing do LinkedIn. "As fintechs estão ganhando força ao atender às demandas que os players tradicionais ainda precisam endereçar. Porém, muitas delas ainda não têm a transparência necessária para ganhar a confiança de seus clientes e capitalizar essas oportunidades", completa.

Esforço para inovação 

Instituições financeiras tradicionais continuam a enfrentar desafios, com menos da metade (44%) dos executivos confiantes em sua estratégia de fintech. Isso não surpreende, já que somente cerca de um terço (35%) afirma ter uma estratégia de inovação bem estruturada ou proativa em andamento e que esteja incorporada culturalmente. A aversão natural aos riscos das empresas tradicionais também dificulta a criação de uma cultura que priorize a inovação e, assim, 40% dos executivos disseram que as corporações para as quais trabalham não estão propícias à inovação. 

"Os executivos mais experientes de serviços financeiros estão vendo as fintechs sob uma nova luz, à medida em que identificam maiores oportunidades de colaboração ─ mas também estão fazendo progressos significativos na construção de fintechs internas mais ágeis", afirma Thierry Delaporte, líder da Unidade Global de Negócios de Serviços Financeiros da Capgemini e membro do Conselho Executivo do grupo.

"Mas com a exceção de uma parcela de líderes do setor, a maioria das empresas está lutando para alcançar resultados positivos em suas iniciativas de inovação, com apenas 10% dos executivos afirmando terem sido muito eficazes para alcançar os resultados de inovação desejados”.

O WFTR constatou que as empresas tradicionais estão, cada vez mais, buscando uma ampla gama de estratégias em resposta às fintechs. A maioria das instituições financeiras (60%) agora as vê como parceiros potenciais, enquanto que quase o mesmo porcentual (59%) também está desenvolvendo ativamente suas próprias capacidades internas. Além de parcerias e desenvolvimento in-house, os executivos estão explorando uma gama completa de modelos, sejam investimentos em fintechs (38%), parcerias com instituições educacionais (34%) ou definição de aceleradores (30%), enquanto um percentual muito menor (19%) está adquirindo fintechs.

Aposta nas tecnologias emergentes

As empresas tradicionais estão, em grande parte, respondendo a esta mudança ao dar a mais alta prioridade ao investimento em tecnologias capazes de facilitar operações mais eficientes e ágeis. E, assim, proporcionam melhores experiências diárias ao cliente. Cerca de 90% dos executivos afirmam estar mais focados na implementação de big data e analytics, seguidos pela Internet das Coisas (56%), blockchain (55%), automação de processos robóticos (52%) e tecnologias API abertas (50%).

A tecnologia blockchain, que forma a espinha dorsal da popular moeda virtual bitcoin, está cada vez mais presente na indústria de serviços financeiros. Ela tem inúmeras aplicações, incluindo transferências avançadas de ativos digitais, gerenciamento de identidade e melhor gestão de soluções de recompensa e fidelidade.

"Tanto as fintechs como as empresas tradicionais ainda têm trabalho a ser feito para entregar uma melhor experiência ao cliente", disse Vincent Bastid, secretário-geral da Efma. "A chegada das fintechs acelerou a melhoria da experiência do cliente na indústria, mas ainda não está no nível desejado. É apenas questão de tempo, para que empresas bigtech (players de tecnologia que estão oferecendo produtos de tecnologia e podem também oferecer produtos financeiros) e players de e-commerce e telecomunicações se unam para reivindicar sua parte e se beneficiar desta disrupção da indústria”.

Para ajudar as organizações tradicionais a superarem sua eventual resistência à inovação e a enfrentarem a potencial disrupção (atual e futura), o WFTR definiu um quadro de quatro etapas, essenciais frente a um número crescente de ameaças potenciais para o setor de serviços financeiros. De acordo com o relatório, as empresas tradicionais de serviços financeiros podem desbloquear a inovação: descobrindo novas tecnologias, idealizando novos modelos de negócios, contratando executivos alinhados para apoiar e sustentar a inovação, assim como melhorando a eficiência e adotando melhores práticas. Como a “plataformização4“ da indústria continua a ganhar força, será cada vez mais imperativo que as instituições financeiras tomem medidas agressivas para inovar.

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