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Publicado em
05/11/2020
Os consumidores têm acelerado a utilização de pagamentos por via digital em vez de usar o dinheiro físico (papel-moeda) em bom número de países, constata o Banco de Compensações Internacionais (BIS), espécie de banco dos bancos centrais. O “cash” ainda é o rei e continua em demanda, mas consumidores estão adotando mais e mais em suas transações diárias formas de pagamento mais rápidas, mais eficientes e convenientes, segundo o banco sediado na Basileia (Suíça).
Em economias desenvolvidas, o uso de dinheiro físico declinou 30% na média desde 2012, enquanto nas economias emergentes continua a aumentar. O interesse pelo digital é particularmente forte em Austrália, França, Cingapura, Suíça, Irlanda, Reino Unido, Canadá, EUA, Jamaica e Quênia.
O maior “ratio” de dinheiro em circulação em relação ao PIB está no Japão e em Hong Kong, com 21% e 18% do PIB, respectivamente. Em contrapartida, o uso de dinheiro em espécie declinou três pontos percentuais do PIB na China, desde 2012, para 8,3% no ano passado. A Suécia continua a ser um modelo em pouca utilização de dinheiro, com o equivalente a apenas 1% do PIB.
Conforme dados do BIS, o dinheiro físico em circulação no Brasil é estável. Era equivalente a 3,8% do PIB em 2015 e aumentou para 3,9% no ano passado. Já na vizinha Argentina o uso de “cash” diminuiu de 7,3% do PIB para 4,6% no mesmo período.
Nos EUA, Suécia e Austrália, onde a receita do comércio eletrônico é mais de 1,5% do PIB, os consumidores fazem mais de 75 pagamentos digitais via internet por ano. Já no México e África do Sul, são apenas cinco pagamentos na média.
O número de agências bancárias e ATMs diminuíram bastante nos países desenvolvidos. Já os ATMs continuaram em expansão em emergentes. A pandemia de covid-19 gerou preocupações nas populações de que o vírus podia ser transmitido pelas notas. Evidências científicas sugerem que a probabilidade de transmissão via dinheiro é baixa quando comparada com terminais de cartão. Em todo caso, a pandemia pode acelerar a mudança para pagamentos digitais, segundo outro estudo do BIS. Mas isso pode ter impacto negativo para pessoas que não têm conta bancária ou consumidores mais idosos.