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Publicado em 05/03/2020

PicPay pode ter empréstimo entre pessoas (Valor Econômico)

A PicPay, carteira digital controlada pelo Banco Original, estuda oferecer o serviço de empréstimo entre pessoas, conhecido como “peer-to-peer lending” (P2P), para os usuários de seu aplicativo. “A PicPay nasceu da lógica de transferir dinheiro entre pessoas e podemos dar escala também ao empréstimo entre pessoas”, disse Gueitiro Genso, presidente da fintech, ao Valor. “Temos 15 milhões de usuários do aplicativo, sendo que 5 milhões deles acessam todo o dia.”

Em estudo, estão a possibilidade de os usuários emprestarem para conhecidos ou desconhecidos, inclusive em uma carteira de tomadores, o que exigirá uma metodologia de classificação de risco. Outra opção poderá ser emprestar para empresas. O lançamento seria feito a partir do segundo trimestre deste ano.

Segundo Genso, esse modelo explodiu na China quando os imóveis tiveram uma forte desvalorização, deixando muitos investidores com baixo retorno e buscando novas aplicações. No Brasil, a lógica segue a mesma, mas com o incentivo da redução da taxa básica de juro, hoje em 4,25% ao ano, que leva investidores a procurar novas formas de aplicar os recursos em busca de um retorno maior do que o dos títulos públicos.

A ideia da PicPay não é pedir licença ao Banco Central (BC) para formar uma Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), mas operar vinculada ao banco Original. A figura da SEP foi criada pelo BC em abril de 2018 para conectar o investidor à pessoa física ou jurídica tomadora de recursos no país. A Nexoos, primeira empresa a operar nessa modalidade no Brasil, tem cerca de 50 mil investidores cadastrados em sua plataforma.

Pedir licença é, hoje, uma opção, uma vez que é possível atuar como correspondente bancário. Algumas empresas acreditam que o custo regulatório não compensa diante do tamanho do negócio. Pelas regras, o capital mínimo é de R$ 1 milhão.

Como não usam capital próprio, essas fintechs fazem dinheiro cobrando uma taxa por transação aprovada, algo em torno de 5% do valor do crédito liberado. “Nesse tipo de operação, a plataforma não fica com o risco do crédito”, reiterou Genso.

Criada em 2012 em Vitória, no Espírito Santo, a PicPay surgiu como uma plataforma de transferência de recursos entre pessoas. Genso explica que ela cresce com um “efeito rede”, uma vez que os próprios usuários pedem a outras pessoas que baixem o aplicativo para poder fazer a transferência dos recursos.

Hoje, já é possível também fazer compras no mundo físico e on-line, comprar bilhete único, recarregar celular, pagar boleto e, em teste final, está a oferta de crédito pessoal aos clientes. A empresa acredita em uma oferta completa para reter clientes.

No segundo trimestre, começa a oferta de contas para pessoas jurídicas. Uma área de inteligência de dados foi criada para que, pelo aplicativo, estabelecimentos possam oferecer promoções aos clientes próximos e atrair em tempo real os compradores.

A PicPay alcançou R$ 1 bilhão em valor total transacionado pelos clientes em fevereiro deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado eram R$ 204 milhões. No total, 661 mil novos usuários abriram conta em fevereiro, em comparação a 130 mil no mesmo mês de 2019.

A companhia tem investido fortemente em marketing para atrair novos usuários, inclusive com um programa de cashback que, em alguns casos, devolve 40% do valor gasto em determinado produto ou serviço.

“Não somos empresa de cashback, mas o usamos como um investimento para ajudar o usuário na jornada de conhecer o aplicativo e para dominar algum território, como as lojas dentro de uma universidade, por exemplo”. Segundo Genso, nenhum cliente tem mais de R$ 50 de cashback por mês, valor concedido apenas por um tempo limitado aos usuários selecionados.

O executivo disse que a empresa estaria no lucro se não estivesse investindo fortemente na ampliação da operação e em marketing, mas afirmou que deve ficar no “azul” já no último trimestre de 2020. A ambição do PicPay é ter 37,5 milhões de usuários ativos diariamente no aplicativo em cinco anos, correspondente a 25% do mercado de pagamentos por celular.

Por enquanto, Genso diz que o orçamento da PicPay está fechado e não tem necessidade de aporte de terceiros. No entanto, tem apresentado o negócio a potenciais interessados, em eventos públicos, o que significa que no futuro pode vir a abrir capital ou atrair um investidor.

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