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Publicado em 17/12/2015

Pluralidade de frentes de receita dos cartões puxa lucro das instituições (DCI)

 

As diversas frentes em que o setor de cartões pode gerar receita para os bancos, como a cobrança de tarifas e o aluguel das máquinas de captura de transações, impulsionaram os resultados das instituições financeiras, em um ano de ganhos menores com crédito.

As estratégias dos gigantes do mercado foram desde o lançamento de novos produtos e parcerias, voltados, principalmente, para o comércio eletrônico (e-commerce), até a majoração dos preços dos plásticos, passando por um processo de maior segmentação de clientes.

Na análise dos resultados do terceiro trimestre, o Itaú Unibanco afirmou que o avanço das receitas de serviços do banco foi puxado pelo setor de cartões, \"influenciadas principalmente pelas maiores receitas de interchange [intercâmbio], de taxa de desconto líquida (MDR, do inglês Merchant Discount Rate) e de anuidades de cartões, e pelo crescimento da quantidade de equipamentos POS [máquinas de capturadas operações] alugados no período\".

Os ganhos da instituição financeira com taxa de desconto e aluguel de POS vêm da Rede, a segunda maior credenciadora do País, da qual o banco é o único controlador.

A expansão do volume de transações e da base de clientes foram os dois principais fatores para o crescimento do faturamento com cartões do Bradesco, que viu os ganhos com os plásticos crescerem 21%, para R$ 2,44 bilhões no terceiro trimestre, em relação à mesma etapa de 2014.

Um dos fatores que impulsionou os resultados do banco da Cidade de Deus com os plásticos foi o aumento da rede de captura da bandeira Elo, fruto de uma parceria do Bradesco com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal (CEF), e que antes era aceito somente pela Cielo - que também é controlada pelo banco.

Em seu balanço, o Bradesco também destacou o lançamento da carteira digital Stelo. \"Com a solução, ao escolher a Stelo como forma de pagamento, não há necessidade de digitar os dados do cartão ao efetuar compras no comércio eletrônico\", observou.

O Banco do Brasil afirmou que seus resultados com cartões vieram, principalmente, da emissão e utilização dos plásticos nas funções crédito, débito e crediário pelos clientes, além dos serviços de credenciamento e adquirência.

De acordo com dados do balanço da instituição controlada pelo governo, a receita com adquirência (captura e processamento das operações com cartões) aumentou 9,3% na comparação dos primeiros nove meses deste ano com o mesmo período de 2014.

No Santander, as comissões com cartões também são a principal receita de serviço, representando 29,4% dos ganhos. Em sua estratégia, o banco espanhol destaca o fortalecimento do negócio de adiquirência como um dos principais pontos - a instituição é controladora da credenciadora GetNet.

Carteira de crédito

O cartão de crédito também tem uma participação importante na carteira de empréstimos dos bancos. No Itaú, a maior parte do financiamento ao consumo é feito por meio do plástico - a instituição tem uma carteira de crédito de R$ 55 bilhões, o equivalente a 29,5% do total de empréstimos para consumidores do banco.

No Bradesco, a carteira de cartões só perde para o crédito consignado, com R$ 29,5 bilhões, e no Banco do Brasil, é de R$ 20,3 bilhões.

Tendências

Segundo Luiz Carlos Lemos, professor de Finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie, os bancos devem manter a política de diversificação de receitas, com os cartões na linha de frente dessa estratégia. \"Em período de crise, essa estratégia é intensificada\", observou.

O especialista disse que a estratégia de maior segmentação de cliente, além de gerar ganhos com o aumento das tarifas cobradas pelos serviços, também possibilita aos bancos entenderem melhor as necessidades de seus clientes.

A partir da segmentação, a instituição pode criar produtos voltados exclusivamente para cada público, aumentando sua aceitação e o faturamento com as cobranças.

Pedro Garcia

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