REALIDADE NO SETOR, DESPAPELIZAÇÃO LEVA EMPRESAS À ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA

Embora o fomento comercial já adote tecnologias que permitam a circulação de duplicatas digitais e contratos eletrônicos – economizando tempo e recursos –, ainda há empresas refratárias a estas novidades, preferindo realizar operações com documentos físicos.

“Alguns empresários reconheceram que se encontram nessa situação, fazendo inclusive uma autocrítica, por entenderem que estão bem deslocados da realidade do nosso mercado”, afirmou o consultor jurídico do SINFAC-SP, Alexandre Fuchs das Neves, que ontem (22/05), em São Paulo, ministrou a palestra “Documentos Digitais, Contrato Eletrônico e Duplicata Escritural”.

Segundo ele, a adaptação tecnológica no fomento comercial caminha a passos largos, e o fato de o setor já contar com um arcabouço legal, a exemplo do Código de Processo Civil e da lei que trata do processo eletrônico, tem sido positivo para as empresas na hora de ingressarem ao Judiciário.

Produtos arrecadados para a festa junina dos alunos da ONG ABRACESolidário, de Campinas

“Quem tem mais resistência à despapelização demonstra uma perda emocional em relação ao meio físico, ao documento em papel assinado, ao reconhecimento de firma. É algo cultural, e nada tem a ver com dúvidas sobre validade jurídica”, exemplificou Fuchs.

Visão jurídica

Representante do departamento jurídico da rede Federal Invest, que hoje conta com cerca de 150 unidades no Brasil, o advogado Mário Sérgio Soares está acompanhando as mudanças em curso e tem procurado abastecer a companhia com informações sobre as novas tecnologias, a fim de atender aos franqueados.

“Estamos estudando a implementação da duplicata escritural, assim como o impacto do surgimento de novas modalidades de negócios, como a Empresa Simples de Crédito”, salientou.

Colega de profissão do representante da Federal Invest, a advogada Lisiene Kamada, responsável pelas áreas consultiva, preventiva e societária do Daniele Banco, também saiu mais tranquila da palestra.

“Os departamentos jurídicos das empresas precisam se adaptar para o fim do papel, que trará mais segurança e rapidez tanto para factorings quanto FIDCs”, ressaltou a profissional, que pretende levar para a empresa as atualizações recebidas durante a palestra.

Fonte: Reperkut