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Publicado em 16/08/2022

Revista da Federación Latinoamericana de Factoring entrevista o Presidente do SINFAC-SP sobre a situação do setor no Brasil

“A rápida recuperação das empresas de factorings e securitizadoras decorre do elevado grau de maturidade, experiência e profissionalismo que os gestores do nosso setor acumulam. O factoring de hoje não é o mesmo que o de dez, quinze anos atrás, tivemos que nos reinventar”, avaliou o presidente da ABRAFESC e do SINFAC-SP, Hamilton de Brito Jr., em entrevista exclusiva para a última edição da Revista da FELAFAC (Federación Latinoamericana de Factoring).

“O convite para apresentar como está nosso setor aqui no Brasil para os empresários de factoring latino-americanos foi uma honra. Espero que gostem da entrevista”, convida o presidente Hamilton para a leitura que reproduzidos abaixo, traduzida para o português. A revista pode ser lida na íntegra pelo link: https://felafac.com/news-felafac-julio-2022/.

 

ENTREVISTA

Brasil: “O mercado financeiro é bastante restritivo para dar crédito a empresas novas e essa é uma boa oportunidade para o mercado de factoring”

Hamilton Brito Jr. Presidente da Associação Associação Brasileira de Securitização de Empresas de Factoring e Crédito Simples (ABRAFESC) fala sobre a evolução do Factoring no Brasil e projeções

 

O Brasil é uma das maiores economias do mundo. Hamilton Brito Jr., Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Factoring, Securitização e Crédito Simples (ABRAFESC) e do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring (SINFAC-SP), o maior sindicato estadual do país, avalia que a pandemia, inevitavelmente, afetou a economia do país e que os setores mais afetados foram os de comércio e serviços devido às medidas de confinamento. “As indústrias não foram paralisadas, mas também perderam parte do movimento. Os setores de commodities e agronegócios beneficiado. O governo foi muito hábil em decretar estado de emergência e criar recursos adicionais com programas de manutenção de emprego e de crédito para micro e pequena empresa”, destaca o presidente.

Em relação ao Factoring, Brito Jr. destaca que o acompanhamento do setor, feito em 2020, mostrou que o ritmo de operações foi de 85% em relação ao de 2019. “Isso significa que, na média do ano, o mercado teve um movimento 15% menor do que em 2019, o que que é considerado um bom resultado antes do cenário econômico imposto pela pandemia. Para se ter uma ideia da evolução ao longo do ano, esse número era de 36%, em abril de 2020, o pior mês da pandemia para o nosso segmento, que indicou uma retração de 64% no setor”, destaca o presidente.

Ao mesmo tempo, considera que a rápida recuperação das empresas de factoring, securitizadoras e empresas simples de crédito (ESC), segmentos que representam, deve-se ao alto grau de maturidade, experiência e profissionalismo acumulado pelos profissionais de empresas do setor. “O factoring hoje não é o mesmo de dez, quinze anos atrás. Tivemos que nos reinventarmos, principalmente diante dos avanços da tecnologia que trouxeram novos players para o mercado de crédito e a consequente redução do fator praticado pelas empresas do nosso segmento", diz Brito Jr.

Por outro lado, em abril de 2020, foi o pior momento da indústria. “A redução das operações chegou a 64%, tivemos queda no índice de liquidez na ordem de 7% e as operações de entrada de caixa, índice que demonstra o quanto as empresas reinvestiram no próprio negócio, ficou em 4%. Mas, ao longo do ano, o setor teve um desempenho bastante bom, considerando o cenário econômico imposto pela pandemia.”

 

Quantas empresas de Factoring existem no Brasil e qual o percentual delas a ABRAFESC representa?

A ABRAFESC e seus cinco sindicatos associados reúne, atualmente, 1.005 empresas de factorings, securitizadoras de recebíveis empresariais e empresas simples de crédito (ESC).

 

A ABRAFESC, como representante do Factoring no Brasil, que ações estão realizando para promover o factoring como ferramenta de financiamento?

Nossas ações macro acontecem, principalmente, junto ao legislativo para melhorar, por meio de atualizações legais e regulatórias, o ambiente de negócios para as nossas empresas. Buscamos conscientizar o Governo e a sociedade sobre a função social das factorings e demais modalidades do fomento comercial.

 

Em números, quanto movimenta o setor de factoring no Brasil?

É muito difícil responder essa questão, pois o Factoring não tem um Marco Legal no país, assim como não tem nenhum órgão regulador que controle e divulgue o movimento deste segmento. As maiores empresas de factoring do mercado migraram para o mercado de capitais na estrutura de FIDC, Fundo de Investimento de Direitos Creditórios, regulado pela CVM. Esses Fundos de Factoring tem um patrimônio cerca de R$ 25 bilhões com um movimento de compra de recebíveis em torno de R$ 200 milhões/ano. Já as Factorings e Securitizadoras, têm cerca 5.000 players no mercado brasileiro e estimamos um movimento anual de R$ 150 bilhões.

 

Quais são as projeções para o setor de factoring no curto e médio prazo? Como você espera fechar 2022?

O empreendedorismo no Brasil tem crescido de forma exponencial, especialmente de novas pequenas empresas que precisam do oxigênio do crédito para sobreviver. O mercado financeiro é bastante restritivo para dar crédito a empresas novas e essa é uma boa oportunidade para o mercado de factoring no médio prazo. Com respeito ao curto prazo, neste ano de 2022, devemos fechar com um movimento 15% superior a pré pandemia, na comparação com o ano de 2019.

 

O que a ABRAFESC faz e quais são seus principais objetivos?

A ABRAFESC foi criada, em 2020, a partir da união dos cinco maiores sindicatos estaduais do país. Nossa ideia era suprir a necessidade de uma melhor representação do nosso setor em âmbito nacional e, juntos, fortalecidos, buscarmos soluções para o crescimento tanto das factorings, quanto das empresas securitizadoras de créditos empresariais, assim como das Empresas Simples de Crédito, modalidade que foi criada no Brasil praticamente junto com a ABRAFESC – daí sermos a única entidade que já carrega a ESC em seu nome.  

 

Qual é o principal papel de ABRAFESC?

A principal atuação da ABRAFESC é, sem dúvida, a representação dos interesses do nosso segmento junto aos Poderes Legislativo e Executivo, esferas onde já costuramos ótimos relacionamentos. Nesses dois anos, já tivemos algumas conquistas importantes. O Ministério da Economia formulou um novo modelo de compartilhamento de garantias a serem dadas pelo tomador de crédito, dentro de uma Lei que ficou conhecida como Marco Legal das Garantias. Inicialmente, o texto não previa que as ESCs, única modalidade do nosso segmento que faz empréstimos diretos, participasse dos benefícios dessa legislação. Levamos a proposta de alteração na Lei para alguns parlamentares que entenderam a justiça desse pleito e conseguimos incluir as ESCs no texto já aprovado na Câmara dos Deputados.

Também conseguimos, em união entre a ABRAFESC e seus sindicatos associados, viabilizar a entrada das empresas de fomento comercial no mercado de antecipações de recebíveis de cartões por meio de uma solução tecnológica que chamamos de ABRACARD. O Governo Federal abriu esse mercado gigante por meio de uma nova regulamentação do Banco Central, mas as milhares de pequenas empresas do nosso setor não tinham condições de se conectar com as registradoras dos recebíveis de cartões, e nem elas, tecnicamente, de receber esse volume de empresas. Então centralizamos esse acesso em uma única API, o ABRACARD.

 

Que atividades você está realizando como sindicato?

Além das representações dos interesses do setor junto ao Governo e ao Poder Legislativo e as negociações sindicais, buscamos trazer benefícios diretos para a atividade dos nossos associados. Então realizamos parcerias com empresas de diversas áreas como advocacia, contabilidade, bureaus de crédito e de desenvolvimento de software, por exemplo, que tragam soluções para os nossos associados com valores vantajosos. Outra forte atuação nossa é na área de formação e atualização profissional com a promoção de diversos cursos presenciais, webinários, lives e de ensino à distância.  

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