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Publicado em 16/10/2018

Sears corre para evitar liquidação (Valor Econômico)

A Sears, loja de departamentos dos Estados Unidos que entrou com pedido de recuperação judicial, ontem, conclamou credores e fornecedores a não jogarem a outrora dominante companhia na "lata de lixo da história", enquanto corre para evitar uma liquidação definitiva.

Cerca de 68 mil empregos estão ameaçados enquanto a companhia tenta se reorganizar para permanecer operando como uma organização menor.

Alguns credores e investidores alertaram que a liquidação poderá ser inevitável, dada a incapacidade da Sears de se adaptar com sucesso à revolução ocorrida no setor. A companhia está queimando cerca de US$ 125 milhões em caixa por mês, segundo documentos judiciais. Cerca de 200 fornecedores pararam de enviar mercadorias nas duas últimas semanas.

O presidente dos EUA, Donald Trump, descreveu a derrocada da companhia como "muito, muito triste". "Ela obviamente foi administrada de maneira inadequada por muitos anos", afirmou, ontem.

Eddie Lampert, que liderou o grupo por cerca de 14 anos, continua esperançoso de que a Sears possa escapar da liquidação, reestruturando-se em torno de um número menor de lojas.

"A seguinte dúvida deverá continuar martelando a mente de todos os envolvidos: será que a Sears será relegada à lata de lixo da história e 68 mil americanos perderão seus empregos, ou ela seguirá para o próximo capítulo?", disse Robert Riecker, diretor financeiro do grupo.

Entre os maiores credores, segundo documentos judiciais, estão Whirlpool (dívida de US$ 23 milhões), Frigidaire (US$ 19 milhões) e Winia Daewoo (US$ 15 milhões). A companhia também deve US$ 14 milhões para a Cardinal Health e US$ 5 milhões para a Tata Consultancy Services.

O maior credor não segurado é a Pension Benefit Guaranty Corp., uma agência do governo dos EUA que faz seguro de pensões. A soma devida à agência está classificada nos documentos judiciais como "desconhecida". O passivo da companhia está em US$ 11,3 bilhões, frente a ativos de US$ 6,9 bilhões.

Os credores ofereceram US$ 300 milhões sob o chamado financiamento em regime de devedor na posse de ativos, para permitir à companhia continuar operando durante o regime de proteção legal. Como parte do acerto, pelo menos 142 lojas serão fechadas. As liquidações de estoques via vendas terão início em breve.

Lampert, que também é o maior credor da Sears, está negociando para contribuir com mais US$ 300 milhões em financiamento por meio de seu fundo de hedge ESL. Mas isso ainda precisa ser aprovado pela Justiça. Lampert está deixando o cargo de executivo-chefe da Sears, que será dividido por três executivos, incluindo Riecker.

O ESL poderá ainda adquirir parte dos ativos no processo de recuperação judicial. O fundo discute a possibilidade de fazer proposta de compra de ativos antes de um eventual leilão da massa falida, por uma "grande parcela" das lojas da companhia.

A Sears começou como uma companhia de vendas por catálogo na década de 1880 e acabou se transformando na maior companhia varejista dos EUA. A torre de mesmo nome que abrigou a sede da empresa em Chicago já foi o prédio mais alto do mundo.

A companhia tropeçou em seus esforços para competir com concorrentes de custos mais baixos como, Walmart e Costco, nas décadas de 70 e 80, e, mais recentemente, com varejistas on-line como Amazon.

A Sears Holdings - uma combinação da Sears com a rede de lojas de departamentos Kmart, sob um movimento de Lampert em 2004 - acumulou mais de US$ 10 bilhões em prejuízos desde a virada da década.

"Alguns credores praticamente disseram: 'Vocês já tiveram muitas segundas chances - este é o fim da linha'", disse, ontem, Hugh Ray, chefe da área de falências do escritório de advocacia McKool Smith.

A Sears, hoje sediada nos subúrbios de Chicago, é a baixa mais recente de um setor que luta contra a ascensão do comércio eletrônico. É o episódio mais conhecido desde a liquidação da rede varejista de brinquedos Toys R Us, no ano passado.

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