A iniciativa, lançada ontem pelas duas instituições em São Paulo, permite a participação de microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas (MPEs) e startups.

Para cada proposta apresentada por elas, o Sebrae poderá subsidiar até R$ 300 mil do total previsto de investimento no projeto, valor que irá variar, dependendo das modalidades e das negociações entre as empresas e as instituições envolvidas.

Já a Embrapii poderá aportar até um terço da soma total do investimento, enquanto o restante dos recursos será dividido entre as unidades estaduais desta organização e a empresa interessada. O financiamento concedido pelo Sebrae e Embrapii não precisará ser reembolsado pelas MPEs, MEIs e startups, algo que é novo na política do próprio Sebrae.

“É a primeira vez que nós [Sebrae] trabalhamos com um aporte a fundo perdido”, afirmou o presidente do Sebrae nacional, Guilherme Afif Domingos, antes do lançamento da parceria. “É a fundo perdido, mas muito bem aportado. Enxergamos essa iniciativa como um investimento”, acrescentou ele, ressaltando que a medida tem o objetivo de impulsionar a produtividade das empresas brasileiras por meio do desenvolvimento de processos e produtos de alta tecnologia.

A previsão do Sebrae é de que cerca de 200 pequenos negócios sejam atendidos nesta primeira etapa da parceria. Na avaliação do diretor-presidente da Embrapii, Jorge Almeida Guimarães, já é possível antecipar, inclusive, que este programa possa ser ampliado nos próximos anos, por conta da grande manifestação de interesse por parte das empresas. Ele explica que são variados os setores que podem aderir ao projeto, citando o interesse já manifestado de uma startup da área de robótica em contratar o financiamento.

Seleção

Durante o evento, Afif ressaltou que a parceria com a Embrapii permitirá com que o processo de seleção dos projetos seja mais simples. Isso porque não será necessário que a pequena empresa se inscreva em um edital. A participação desta será avaliada e negociada diretamente por uma unidade estadual da Embrapii. Se o projeto for considerado viável, será solicitada a documentação ao empresário.

A parceria entre o Sebrae e a Embrapii terá duas modalidades: uma de “desenvolvimento tecnológico” e a outra de “encadeamento tecnológico”.

A primeira prevê projetos de inovação desenvolvidos em parceria com uma MPE, MEI ou startup junto a uma unidade estadual da Embrapii. Este modelo prevê aporte financeiro por parte do Sebrae de até 70% da contraparte da empresa, limitado a R$ 210 mil.

Já a modalidade de “encadeamento tecnológico” irá financiar projetos de inovação onde haja a atuação conjunta da pequena e da grande empresa. Ou seja, neste caso a startup, MEI ou MPE envolvida poderá oferecer soluções para inovar a cadeia produtiva de uma indústria de porte médio ou grande, por exemplo.

Nesta modalidade, o valor máximo de aporte do Sebrae, por projeto contratado, será de 80% da contraparte da MEI ou da MPE, até o limite de R$ 300 mil. A contrapartida da média e grande empresa que irá participar do projeto não pode ser inferior a 10% do valor total do projeto em questão.

“Os esforços compartilhados com o Sebrae são uma forma de facilitar a oferta de subsídio para a inovação das pequenas empresas que possuem muitas dificuldades para conseguirem se financiar no mercado”, afirma Guimarães.

“O importante é não desperdiçar recursos humanos e financeiros. Antes cada uma [Sebrae e Embrapii] trabalhava isoladamente e o que nós fizemos foi juntar forças para poder investir nas pequenas empresas com maior capacidade de retorno”, complementa Afif.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, também esteve no lançamento e afirmou que a medida irá modernizar as empresas e gerar empregos.