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Publicado em 27/06/2017

Seguro de crédito deve desacelerar ritmo de alta e avançar 15% este ano (DCI)

As incertezas políticas e a alta inadimplência tendem a impulsionar o seguro de crédito para um crescimento de até 15% neste ano. O aumento da sinistralidade e das taxas cobradas, por outro lado, podem frear a oferta do produto pelas seguradoras até 2018.

Os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que o crescimento da contratação de seguros de crédito interno em abril subiu 7,4%, em relação a igual período do ano passado (de R$ 56,483 milhões para R$ 60,706 milhões) e 20,3% frente ao mesmo mês de 2015 (R$ 50,425 milhões).

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, por sua vez, o aumento foi de 12,3% (de R$ 225,695 milhões para R$ 253,571 milhões).

De acordo com a presidente da Coface no Brasil, Marcele Lemos, o ambiente visto nos últimos dois anos e a incerteza em relação ao futuro do País têm alarmado as empresas credoras.

"Os executivos estão preocupados com as perdas que tiveram com o ambiente frágil do País que se mantém, e começam a mudar a sua percepção de risco e a buscar proteção para continuar seus negócios sem perder clientes", explica a executiva.

Ao mesmo tempo, porém, o aumento da procura e dos prêmios (+18% em 2016 com relação a 2015), também tem aumentado a ocorrência de sinistros nas seguradoras.

Os últimos dados do mercado apontam uma sinistralidade de 110% em 2016, número que, apesar de alto, ainda representa uma redução em relação a 2015 (140%). Para este ano, a expectativa é que a quantia de sinistros ainda reduza no setor para 70%.

"O seguro representa o repasse do risco para a seguradora e, com o aumento da sinistralidade, a direção agora é se recuperar dos prejuízos observados nesse período, principalmente porque o índice de renovação desse produto é muito alto. Quem entra, é para o longo prazo", explica o coordenador da comissão de crédito, garantia e fiança do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP), Phillip Krinker.

Da mesma forma, exatamente para acompanhar o mercado de crédito do País, o mercado segurador passa a migrar para um movimento mais conservador quanto ao produto, absorvendo menos riscos e aprofundando suas análises nos contratantes.

"Apesar de não terem as mesmas regras de capital de um banco, por exemplo, essas companhias passaram a ser mais criteriosas para a oferta da apólice do seguro de crédito e, da mesma forma, houve um aumento bastante considerável no preço do produto", analisa o gerente de negócios da MDS Insure, Renato Pereira.

Dois lados da moeda

Na mesma linha, os especialistas consultados pelo DCI ponderam que para o cenário futuro, as incertezas na política e economia devem influenciar tanto positiva, quanto negativamente no seguro de crédito.

"De um lado, apesar de a recuperação judicial e da economia como um todo ainda serem preocupantes, os números têm caído e observamos alguns sinais positivos que nos dão certa esperança para o produto, como a queda de sinistralidade em 82% nos primeiros cinco meses desse ano [em relação a igual período de 2016]", comenta Lemos.

Da outra ponta, porém, a continuidade do cenário mais cauteloso deve refletir em uma retomada "bem devagar".

"Esperamos que o segundo semestre demonstre alguma melhora, mas o produto ainda é muito ligado aos indicadores econômicos. Assim, até 2018 ainda veremos essa situação criteriosa e, apenas em 2019, um movimento mais suave. A estabilidade, por outro lado, demora uma média de cinco anos para acontecer", completa Pereira, da MDS Insure.

"É um mercado com potencial, e a contratação do seguro vai continuar crescendo. A perspectiva é que este ano o aumento seja mais devagar, em 15%, mas com um viés ainda positivo para os próximos anos", acrescenta Krinker.

Exportação

Outro movimento marcante do mercado, por sua vez, é o seguro de crédito à exportação, cujos prêmios cresceram 32,2% em abril deste ano frente igual período de 2016 (de R$ 3,251 bilhões para R$ 4,299 bilhões).

Segundo o coordenador do Sincor-SP, Phillip Krinker, o movimento acontece pelo bom desempenho da atividade nos últimos dois anos.

"O produto, assim, acaba sendo uma ferramenta muito importante, principalmente porque, além da segurança, traz também um parceiro forte que faz a cobrança no exterior e, de qualquer forma, impulsiona o mercado", conclui.

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