Estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, após três anos consecutivos de queda, houve aumento no percentual de famílias endividadas, alcançando a média anual de 60,8% do total.

“A recuperação, ainda que lenta, da atividade econômica, aliada à redução das taxas de juros, queda da inflação e reversão, ainda que modesta, das taxas de desemprego, ajuda a explicar a maior disponibilidade de crédito para as famílias e consequente endividamento”, explica a economista da CNC Marianne Hanson, por meio de nota.

Segundo dados da confederação divulgados ontem, os indicadores de inadimplência também apresentaram alta no período. A parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou 1,2 ponto percentual em comparação a 2016, alcançando 25,4% na média anual.

Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que, portanto, permaneceram inadimplentes aumentou 1,1 ponto percentual ante 2016, chegando a 10,2% na média de 2017. O patamar mais elevado desse indicador foi registrado no mês de setembro, quando atingiu 10,9%.

Assim como nos anos anteriores, o cartão de crédito foi o tipo de dívida mais citado pelas famílias brasileiras (76,7%) em 2017. Contudo, pela primeira vez desde o início da pesquisa, em 2010, houve redução no percentual que aponta essa modalidade como principal compromisso.
São Paulo

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também divulgou ontem a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente, a qual mostrou que, em dezembro, 56,3% das famílias paulistanas declararam ter algum tipo de dívida. Houve ligeira queda, de 0,4 ponto percentual em relação a novembro. Atualmente, são 2,19 milhões de famílias endividadas em São Paulo. As dívidas no cartão de crédito também são as principais.