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Publicado em 13/08/2020

Stone vê sinergia com Linx após 2021 em mercado de R$ 120 bi (Valor Econômico)

Após a euforia com o acordo bilionário entre Stone e Linx na terça-feira e o anúncio de um follow-on de US$ 1 bilhão da credenciadora, os investidores aproveitaram para realizar lucros ontem, enquanto aguardam mais informações sobre a combinação dos negócios e potenciais sinergias. Os papéis da Stone caíram 5,92% em Nova York, depois da alta de 11,04% na véspera. Já as ações da Linx na bolsa brasileira tiveram queda de 6,98%.

As complementariedades entre os negócios são nítidas. A base de 70 mil clientes da Linx terá acesso aos serviços financeiros da Stone, enquanto a credenciadora acelerará sua estratégia “one stop shop” para comerciantes de todos os tamanhos. Além disso, juntas, elas ajudarão os clientes off-line a se tornarem digitais, aumentando as vendas na estratégia multicanal. As empresas somam um mercado endereçável de mais de R$ 120 bilhões: R$ 20 bilhões em adquirência, R$ 10 bilhões em serviços bancários, R$ 80 bilhões em crédito e R$ 11 bilhões em software.

Em teleconferência com analistas ontem, o presidente da Stone, Thiago Piau, afirmou que nem toda a sinergia da transação será capturada em 2021, mas que o negócio já deve contribuir com lucro no próximo ano. Questionado se poderia quantificar a sinergia de gastos, disse que a Stone não vai ser agressiva, até porque quer manter o time da Linx para proteger o conhecimento e o relacionamento com os clientes. “Ainda é muito cedo para dar esses números, mas forneceremos mais detalhes com o tempo.”

O executivo fez questão de ressaltar que o acordo com a Linx tem mais relação com oportunidades de crescimento, de geração de valor para clientes e acionistas, do que com sinergias de custos. A Linx tem um volume bruto de mercadorias de R$ 300 bilhões, com clientes de médio e grande porte, e boa parte desses pagamentos poderia passar a ser processada pela Stone.

No entanto, isso poderia levar a uma menor “take rate” - o ganho a cada transação -, já que os grandes clientes normalmente pagam taxas mais baixas que os pequenos. O diretor de relações com investidores da Stone, Rafael Martins, afirmou que a empresa tem uma estrutura de custo fixa e um custo transacional muito baixo. “Esses clientes maiores têm uma take rate menor, mas é um pool enorme que nós podemos acessar e somos capazes de ser muito competitivos”.

A take rate da Stone caiu para 1,67% no segundo trimestre. Piau lembrou que parte disso é efeito dos repasses do auxílio emergencial do governo federal. Essas transações têm uma taxa menor, mas geram incremento de receita para a companhia. Sem visibilidade sobre a duração do “coronavoucher”, ele disse que está satisfeito “com o crescimento e lucratividade do negócio”.

Martins, no entanto, afirmou que a take rate deve cair no terceiro trimestre, ainda em função do coronavoucher, mas que nos “hubs”, escritórios regionais que a companhia tem em alguns cidades, ela está subindo e que no comércio digital ela está estabilizada em níveis saudáveis. Além disso, o volume total de pagamentos capturados pela Stone geral deve continuar crescendo.

Na segunda quinzena de julho, o TPV da Stone ficou 46% acima do nível da primeira quinzena de março, ou seja, antes dos efeitos da pandemia de coronavírus, o que também é devido aos repasses que a companhia tem feito do auxílio emergencial do governo. Sem considerar o coronavoucher, esse crescimento seria de 11%. No segundo trimestre, a Stone repassou R$ 2 bilhões no coronavoucher, e em julho esse volume já subiu para um total de R$ 9,3 bilhões.

Piau comentou que, com a pandemia, 2020 deve ser um ano disruptivo, mas que a recuperação da economia brasileira está sendo mais rápida do que o previsto. Ele lembrou que a margem de lucro ajustado antes de impostos ficou em 29,9% no segundo trimestre, acima do guidance da companhia, de 20% a 24%.

Em crédito, a Stone já tem uma carteira de R$ 626 milhões, com 56,1 mil clientes. A companhia diz que a inadimplência está caindo desde o primeiro trimestre do ano e ficou em 7,7% no primeiro semestre.

A Stone assinou um acordo de associação e de compromisso de voto com Nércio José Monteiro Fernandez, Alberto Menache e Alon Dayan, que juntos têm uma fatia de 13,92% na Linx, para viabilizar o negócio. Agora, as administrações das companhias deverão dar início aos procedimentos para a elaboração do Protocolo e Justificação de Incorporação de Ações. Esse protocolo e outros documentos, como o laudo de avaliação, depois serão submetidos às assembleias gerais da Linx e da Stone.

Os acordos dão exclusividade à Stone para a operação e incluem multa de R$ 605 milhões no caso de descumprimento das obrigações pelas partes. Fernandez, Menache e Dayan também assinaram um acordo de não competição de três anos, pelo qual se comprometem a não tirar fornecedores, clientes ou funcionários da companhia.

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