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Publicado em 30/08/2018

Taxa de juros futuros gera maior apreensão (DCI)

O aumento das taxas de juros futuros, um dos componentes avaliados pelo Índice de Condições Financeiras do Santander, seria o fator mais preocupante para o mercado doméstico. Indicador prevê um cenário de baixa recuperação no segundo semestre.

A ferramenta, divulgada ontem (29) pela instituição, consegue monitorar fatores de mercado que influenciam as decisões de investidores, empresários e consumidores ao analisar, em conjunto, curva de juros, Ibovespa, taxa de câmbio, risco-país, entre outros indicadores.

No ponto de vista das empresas, o indicador inclui as variáveis que afetam seu custo de capital: métricas de juros praticados no mercado futuro (que são normalmente usados como parâmetro na precificação tanto de novos empréstimos bancários como de operações de dívida no mercado de capitais), medidas de risco-país e taxa de câmbio (relevantes para crédito externo) e também alguma medida correlacionada ao custo de capital próprio (custo de equity).

Segundo Adriana Dupita, economista do Santander, o valor dos juros representa o componente que deverá gerar maior apreensão. “O aumento da taxa de juro real significa a piora de condições de novos empréstimos. A forma como as taxas são precificadas não refletem a Selic, que está em seu menor nível histórico, e por isso tem um impacto direto”, explica.

A economista também destaca como o cenário externo poderá influenciar o mercado nos próximos meses. “Os componentes do risco-país e da taxa de câmbio causam maior preocupação para a parcela das empresas que tem financiamentos internacionais”, afirma ao DCI.

Tais fatores também são relevantes, em maior ou menor grau, para as condições financeiras do consumidor. Os juros futuros também afetam as taxas de juros de empréstimos à pessoa física, enquanto a taxa de câmbio influencia o poder de compra efetivo.

O indicador leva em conta ainda o índice Ibovespa. “Esse é um componente mais indireto, mas que tem impacto em empresas que possuem financiamentos através de emissões de ações, uma vez que a piora do Ibovespa gera custo de equity”, comenta Adriana.

Cenário econômico

O índice do Santander possui a capacidade de antecipação dos principais indicadores econômicos, movimento semelhante ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Nesse sentido, o fraco desempenho do ICF-S entre maio e início de agosto sugere uma perda de fôlego do Produto Interno Bruto (PIB) no curto prazo.

Com isso, o Santander reforça a expectativa de um ritmo gradual de retomada da atividade doméstica na segunda metade de 2018, após um comportamento contido no segundo trimestre, com a previsão da instituição de alta de 0,2% para o PIB no período.

“A menos que haja reversão do indicador, o crescimento do País no ano deverá ser menor que o esperado”, diz Adriana.

Para Tatiane Pinheiro, economista do Santander, tanto o cenário doméstico quanto o externo contribuem para as perspectivas de lenta recuperação. “Continuamos em uma situação de condições financeiras expansionistas, mas menos do que no começo do ano, por conta da mudança de expectativas, causada pela greve e também pela aversão ao risco de países emergentes. Ambas fizeram com que as condições financeiras se deteriorassem”, afirma.

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