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Publicado em 03/05/2018

Temer sinaliza uso da Caixa para elevar crédito (Valor Econômico)

No retorno do feriado do Dia do Trabalhador e em meio a um noticiário econômico mais negativo, o presidente Michel Temer reuniu seus ministros da área econômica. Entre os temas discutidos com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, do Planejamento, Esteves Colnago, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estava a Caixa Econômica Federal. A reunião ocorreu dois depois de Temer ter se encontrado com o presidente da Caixa, Nelson de Souza, que ontem participou de reunião do Conselho do banco e não esteve no encontro com Temer.

Diante de um quadro de crédito com fraca expansão, um desemprego alto (mesmo considerando-se o peso dos fatores sazonais neste início de ano) e uma atividade econômica abaixo do esperado, o governo dá sinais de tentar se movimentar para melhorar a situação de curto prazo. E os sinais são de que a Caixa pode ser um veículo para isso.

Nas últimas semanas, o banco federal já fez diversos movimentos mais expansionistas. Foram reduzidas as taxas de linhas de capital de giro para empresas, diminuídas as taxas do crédito imobiliário e, mais recentemente, foi anunciada liberação de recursos da instituição para Estados e Municípios.

Agora, o governo admite publicamente que o banco é tema de discussões com o presidente da República e a equipe econômica, embora ninguém tenha oficialmente detalhado os termos da reunião.

Nos bastidores sabe-se que questões como uma capitalização adicional por meio do FGTS, que foi barrada no fim do ano passado pela então secretária do Tesouro Nacional e presidente do Conselho de Administração do banco, Ana Paula Vescovi, voltaram a ser tratadas no governo, embora uma fonte tenha assegurado que a ideia novamente não irá prosperar.

Como a questão mais urgente de equacionar os níveis prudenciais de capital teve avanços desde o fim do ano passado, a volta do debate sobre injeção de capital adicional por meio do FGTS serviria apenas para permitir uma postura mais agressiva do banco no crédito do que por conta de questões regulatórias.

Fontes reconhecem que o governo tem buscado alguma solução para que o banco federal tenha condições de emprestar mais para investimento. Como o setor de construção civil impacta esse indicador e é grande gerador de empregos, um dos temas que está em evidência diante dos dados fracos mostrados mais recentemente, a Caixa, especialista em crédito imobiliário, em tese poderia ajudar.

Mesmo com o discurso oficial do Ministério da Fazenda de que o caminho é estabelecer as bases de crescimento de forma sustentável, evitando-se medidas de fôlego curto, os últimos movimentos realizados pelo banco, essas reuniões recentes e outras iniciativas, como a ampliação das hipóteses de saque do PIS/Pasep, apontam que o governo, que em pleno ano eleitoral registra ainda elevada impopularidade, pode estar cedendo.

A reunião entre os ministros e Temer também tratou da estratégia para aprovação do projeto de crédito extraordinário para liberar o pagamento do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), por conta do calote da Venezuela.

Embora o FGE tenha recursos sobrando, como o governo não previu no Orçamento essa despesa, é preciso a aprovação do crédito extraordinário para que ela possa ser executada.

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