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Publicado em 19/02/2019

Varejo segue instável e retomada é adiada (DCI)

Em processo de avanço irrisório, o varejo ainda deve levar muito tempo para voltar aos patamares pré-crise. Segundo especialistas, a lenta recuperação do mercado de trabalho e o baixo crescimento da renda tendem a minar uma retomada contundente em 2019.

“Provavelmente, essa tendência de desaceleração do crescimento das vendas continua nos primeiros meses deste ano, sobretudo com o nível de desemprego ainda elevado. Com isso, mudamos nossa perspectiva de crescimento anual de 3% para 2%”, afirma o economista da SPC Boa Vista, Flávio Calife.

De acordo com ele, o mercado de trabalho ainda está longe de se recuperar – atualmente são 12,8 milhões de desempregados –, afetando diretamente o desempenho do setor do varejo, uma vez que o orçamento familiar tende a ficar mais restrito.

“Estamos dependendo da melhora do cenário macroeconômico para essa recuperação ocorrer de forma mais nítida”, assinala Calife. Além disso, segundo ele, a expectativa de corte na taxa básica de juros (Selic) não deve ter efeitos reais, no curto prazo, na concessão de crédito para os consumidores. “Acredito que uma possível queda na taxa básica de juros não deve ajudar, pois dificilmente chegará até os empréstimos para pessoa física. O spread bancário não tem recuado muito nos últimos meses”, relata.

Neste sentido, Calife também conta que em 2019 os segmentos que devem sustentar a recuperação do setor são eletrodomésticos e vestuário. “Em 2018, a venda de automóveis ofuscou um pouco o desempenho de outros mercados. Em 2019, isso deve mudar e o gasto dos consumidores será destinado para outros bens”, argumentou o economista.

Segundo levantamento realizado pela SPC Boa Vista, o varejo como um todo cresceu 3,4% em janeiro de 2019 contra o mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, houve avanço nos seguintes segmentos: móveis e eletrodomésticos (2,2%); tecidos e vestuário (1,7%); supermercado (3,3%); combustíveis e lubrificantes (2%). Ainda conforme o balanço, nos últimos 12 meses, o setor apresentou alta de 1,3%. Já na passagem de dezembro de 2018 para janeiro deste ano, houve alta das vendas de 1%.

Na avaliação do coordenador da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV - EAESP), Maurício Morgado, mesmo com o avanço no mês de janeiro, o varejo cresce sobre uma base de comparação fraca no País.

“Levará tempo até o setor apresentar aumento das vendas como naqueles patamares verificados em 2012 ou 2013. Tudo dependerá de como o ano vai se desenrolar”, argumentou o especialista.

De acordo com Morgado, em virtude da renda familiar ainda restrita, o segmento do varejo alimentar deve apresentar índices de evolução mais altos das vendas, principalmente nos primeiros meses deste ano.

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