Os dados foram compilados pelo Valor Data, a partir dos balanços publicados por 253 empresas não financeiras.

Apesar da queda no faturamento, essas empresas conseguiram obter um lucro líquido consolidado de R$ 44,3 bilhões no ano passado, revertendo o prejuízo de R$ 67,3 bilhões de 2015. O resultado operacional – basicamente vendas menos custos e despesas – mais do que dobrou no ano passado.

Mas esse lucro é fortemente impactado pelos melhores desempenhos de Petrobras, Eletrobras e Vale, cujos balanços de 2015 haviam sido bastante afetados por itens não recorrentes. Sem as três gigantes, o lucro operacional teve queda, apesar do esforço de muitas empresas para reduzir custos.

No último trimestre do ano passado, o retrato mais recente da situação das companhias, os resultados vieram acima do esperado pelos analistas. A melhora, no entanto, também ficou muito concentrada em Vale e Petrobras, com números impulsionados pelo preço das commodities e por enxugamento de custos.

O endividamento líquido das empresas diminuiu 12,5% em 2016, ou 6,6% sem as três grandes. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido, caiu a 76,4%, ante o pico de 86,3% em 2015. Sem as três, o indicador passou de 64,8% em 2015 para 61%.

Para 2017, a expectativa dos analistas é de recuperação gradual nas receitas e nos resultados. Preveem que a redução da despesa financeira, em razão da baixa dos juros, deve levar a uma alta de dois dígitos nos lucros.