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24 ESPAÇO ABRAFESC
Revista do SINFAC-SP
Como foi sua aproximação com a
ABRAFESC e com o SINFAC-SC?
É PRECISO LEMBRAR Elpídio Veronez Debiasi – Fui convidado a
participar do sindicato em Santa Catarina
DA FUNÇÃO SOCIAL onde fui diretor por duas gestões. Depois,
em 2018, assumi a presidência e, em 2022,
DO FOMENTO fui reeleito. Lembro que um dos aspectos
que mais me chamou atenção foi a quanti-
dade de divergências no nosso segmento.
Sempre pensei de maneira diferente: o
sindicato é a possibilidade de unirmos
Sócio da FTG Fomento Comercial fala forças e buscarmos segurança para atua-
sobre sua trajetória no setor e analisa ção do fomento a nível nacional. Quando
o atual momento do segmento assumi, Santa Catarina era o único estado
brasileiro que tinha dois sindicatos e, uma
das minhas primeiras ações, foi procurar
o outro sindicato para tentar unir as for-
ças. Hoje, somos uma única entidade que
Contador por formação, Elpidio Veronez Revista do SINFAC-SP representa o setor de fomento no estado,
Debiasi acredita que a atuação conjunta Como foi o início das atividades? com sede própria em Criciúma. Atuamos
dos empresários de fomento pode com treinamento à distância e presencial,
trazer melhorias para o ambiente de Elpídio Veronez Debiasi – Ninguém oferecendo vários benefícios aos nossos
negócios, além de mais segurança para tinha muita experiencia no setor e, associados. O nosso papel, como repre-
o segmento. Além de sócio da FTG, há por conta disso, chegamos a perder sentantes do segmento, é tentar buscar
16 anos no mercado, Elpidio preside diversas operações pela alocação de o reconhecimento e, junto aos deputados
o SINFAC-SC há cinco anos e é diretor recursos sem a devida avaliação de e senadores, leis que protejam as nossas
da ABRAFESC, espaços onde procura risco. A partir dos nossos erros, fomos empresas e nos ajudem a combater, por
atuar de maneira coletiva, visando ganhando conhecimento e criando novas exemplo, recuperações judiciais fraudu-
proteger o segmento. Nessa entrevista, estratégias. Hoje, graças à experiencia lentas. Os sindicatos e a ABRAFESC têm
o associado conta um pouco sobre os que adquirimos, conseguimos fazer a função de unir os empresários para que
desafios que vem superando com sua as coisas de forma diferente. todos colaborem, tragam sugestões, críti-
empresa ao longo dos anos e como cas, e nos ajudem a definir uma direção.
acredita que a união dos empresários Revista do SINFAC-SP
pode abrir caminhos para a atividade. Na época, o que vocês fizeram Revista do SINFAC-SP
para melhorar isso? Qual a importância o
Revista do SINFAC-SP fomento para o país?
Como surgiu a FTG? Elpídio Veronez Debiasi – O ponto principal
é que aprimoramos a nossa análise de Elpídio Veronez Debiasi – Acho que,
Elpídio Veronez Debiasi – O setor do risco. Em 2010, meu filho, que é advogado, acima de tudo, temos de falar da função
fomento sempre chamou a minha começou a atuar na empresa e adotou social das nossas empresas. A FTG, por
atenção e, depois de estudar uma forma critérios de análises diferentes do que exemplo, fomenta cerca de 60 empresas,
de ampliar nossos investimentos, com eram usados. Outra medida importante que e é preciso falar em quantas pessoas
meus outros sócios – três italianos e adotamos foi a diminuição de contração de dependem diretamente desse trabalho,
eu, que sou ítalo-brasileiro – decidimos valores excessivamente altos em alguns de quantos empregos são mantidos
abrir a FTG Fomento Comercial. Eu venho clientes. Hoje, pulverizamos as operações por causa da nossa atividade. Nosso
da indústria, o nosso grupo atende os e optamos por clientes com limite de trabalho está muito ligado às pequenas
setores de design, cerâmica e têxtil, e o crédito mais baixos para diminuirmos os e médias empresas e são, exatamente,
seu capital possui origem italiana. Vimos riscos – uma coisa é você colocar R$ 1 elas que giram a nossa economia.
em Criciúma, que é uma das cidades milhão ou R$ 2 milhões num cliente. Outra
que concentra mais esse segmento em coisa é colocar R$ 100 mil. Antigamente, Revista do SINFAC-SP – Como
Santa Catarina, junto com as cidades nós trabalhávamos apenas com indústrias você vê o setor do fomento hoje?
de Florianópolis, Joinville e Blumenau, do setor de metalurgia e esse foi nosso
uma possibilidade de atender o nosso grande erro, nós conseguimos renegociar e Elpídio Veronez Debiasi – Como qualquer
próprio nicho, que era a indústria. Foi parcelar os valores, mas, boa parte delas, segmento, sofremos com as mudan-
assim que, em 2007, criamos a factoring. não conseguimos recuperar. Atualmente, ças e tivemos que evoluir. Antigamente,
nós temos entre 50 e 60 clientes ativos nos fazíamos operações com cheques. Hoje,
setores de serviço, indústria e comércio. elas são cada vez menores. Por outro
lado, não tínhamos cooperativas de
crédito. Hoje, elas são uma das gran-
des concorrentes do setor de fomento.
Acho que o setor de fomento está sendo
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