Page 11 - Revista do SINFAC-SP 55
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A CONSTANTE
EVOLUÇÃO DOS FIDCS
Com 23 anos de carreira, Daniel Doll, diretor de administração fiduciária da Singulare,
destaca a transformação do segmento e compartilha expectativas para o futuro
O FUTURO DOS FIDCS
Para este ano, Daniel Doll vê o mercado
um pouco mais pessimista, estimando um
crescimento não tão grande em função do
cenário de juros altos – pelo menos para
multicedente multisacado. “Pode ser que
outros segmentos cresçam mais. Mas
creio que a indústria, de um modo geral,
vá andar ‘de lado’ ou crescer pouco na
comparação com anos anteriores”, destaca.
Ao falar de futuro, o diretor visualiza
uma transformação nas carteiras de
FIDCs, saindo um pouco de duplicatas e
oferecendo produtos mais estruturados,
com operações talvez um pouco mais
longas, concorrendo gradualmente de
Um mercado antes pouco conhecido, em períodos de crise, o mercado continua igual para igual com os bancos. Para
que oferece segurança e atrai, cada vez tendo um relevante crescimento de compra Daniel essa é uma tendência: deixar de só
mais, o interesse dos investidores. Essa de carteira. “Desde que começamos a comprar duplicata e realmente dar crédito.
é a visão do mercado de FIDCs que Daniel fazer esse trabalho, nunca tivemos um
Doll, diretor de administração fiduciária ano de decréscimo de carteira”, pontua. Outro ponto para ficar de olho são as
da Singulare, compartilhou com o público tratativas para se criar uma central de risco
durante conversa com o presidente da Destaque no mercado de FIDCs e atuando que também envolva FIDCs, em andamento
ABRAFESC e do SINFAC-SP, Hamilton há mais de 50 anos no mercado financeiro, por meio de um grupo de trabalho com
de Brito Jr., em um dos painéis do 1º a Singulare é líder em Administração e representantes da CVM, do Banco Central e
Ciclo de Encontros ABRAFESC 2023. Custódia por número de operações há 11 da ANFIDC. “Será uma vitória da indústria
anos pelo ranking da Uqbar. A participação que, em vez de batalhar iniciativas isoladas
Com 23 anos de experiência no setor, da empresa no mercado de FIDCs, em para fazer a central de risco, foca em usar
Daniel destacou números robustos que multicedente multisacado, é próxima de a central de risco que já é utilizada pelos
comprovam essa evolução. “O volume 70%. No ranking da Anbima em janeiro, a bancos, que possui uma maior riqueza de
operado cresceu bastante, o mercado de corretora figura como maior administrador informações do mercado, da forma correta e
investidores tem aportado muito. Só no do país – entre todos os tipos de fundo. fidedigna, algo muito positivo”, finaliza Daniel.
ano passado, na Singulare, crescemos R$
10 bilhões em FIDCs. E, hoje, liquidamos, Daniel aponta o incremento de uso da
todo mês, R$ 14 bilhões de compras de tecnologia como fundamental para o negócio
direitos creditórios. Então, o volume é decolar, possibilitando um volume expressivo
grande e também crescente”, reforça. de operações diárias. “Hoje, a gente liquida
6 mil operações por dia, é incomparável. E
Esse movimento de transformação de já vemos o mercado se transformando de
comportamento foi intenso nos últimos outras formas, em alguns tipos de operação,
quatro anos, com o FIDC sendo considerado, para operar 24 por 7 – algo já comum no
na avaliação de Daniel, um porto seguro mercado de crédito pessoal, por exemplo.
entre as opções disponíveis no mercado, Não sei se isso vai chegar ao multicedente
atraindo o interesse, principalmente, de multisacado, mas a tendência é cada vez
investidores institucionais. Para ele, mesmo mais ver esse funcionamento o tempo todo”.
ANO XV • Nº 55 • JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO • 2023