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10 XI ENCONTRO REGIONAL
PAINEL EVIDENCIA A
DIVERSIDADE DE UMA INDÚSTRIA
FUNDAMENTAL AO PAÍS
Empresários do setor compartilharam experiências sobre diferentes MODELOS DIFERENCIADOS
modelos de operação e suas percepções sobre o mercado
O público que assistiu ao painel
presencialmente e pelo YouTube conheceu
também um outro modelo de operação,
mais horizontal, que vem dando certo há
três décadas. Os gestores José Henrique
Guizardi e Davi Dáttolo compartilharam
um pouco da trajetória do Grupo Guizardi,
formado hoje por 65 empresas entre
FIDCs, securitizadoras e factorings.
Guizardi destacou que o grupo possui
um estilo de trabalho mais pulverizado.
“Não há grandes concentrações: são
vários CNPJs, cada um buscando
e atuando com seus clientes. Nós
crescemos horizontalmente, dando
oportunidades para que as pessoas se
tornem sócias”. Para Dáttolo, a atuação
mais conservadora do grupo, com
decisões colegiadas, foi essencial para
atravessar de forma mais confortável
períodos como o da pandemia. “Acredito
que esse modelo de negócio, iniciado lá
atrás pelos nossos pais, é a essência que
nos mantém fortes até hoje”, analisa.
Um segmento que evoluiu, conquistou Para Charlote, o cenário atual do fomento Quem também apresentou um negócio
seu espaço e vem oferecendo um o coloca em posição fundamental para de sucesso foi o CEO da Aticca Recebíveis
suporte essencial à economia e ao a economia brasileira. “Imagine se todos Securitizadora, Renato Cardili. A
desenvolvimento do país. Assim, os nós parássemos o nosso trabalho hoje... empresa nasceu como factoring
cinco profissionais que participaram o que aconteceria? A nossa indústria e, há alguns meses, foi autorizada
de painel durante o XI Encontro fomenta o país: dá crédito, evita que pelo Banco Central a operar como
Regional de Fomento Comercial empresas fechem, ajuda e estimula que Sociedade de Crédito Direto (SCD).
definiram o atual momento do setor. cresçam. Precisamos ter muito orgulho
disso”, enfatiza a executiva da Valorem. Desde seu início, a Aticca vem ampliando
Sócia-fundadora e vice-presidente do sua atuação, em um crescimento
Grupo Valorem, Charlote Odebrecht João Paulo Fiuza, CEO da One7 sustentável que vem implementando
contou com orgulho um pouco da Securitizadora, afirma que o setor precisa em suas operações como factoring,
trajetória da companhia que, em 2011, valorizar seu potencial. Segundo ele, o securitizadora, FIDC e, desde 2019,
quando ela ingressou, tinha em sua aporte de R$ 110 milhões que a One7 adotou um modelo de trabalho diferente:
matriz apenas três funcionários. Hoje, recebeu, neste ano, da XP Asset, mostra o tendo como público-alvo colaboradores
são 130 pessoas trabalhando para quanto o mercado vem se desenvolvendo de empresas. A mudança foi tanta que
movimentar R$ 5 bilhões em operações. com credibilidade. “Cerca de 80% do surgiu a necessidade de ter um escritório
“No início, havia muito preconceito, crédito no Brasil, hoje, está concentrado próprio, com um novo time trabalhando
as pessoas não entendiam muito bem na mão dos cinco maiores bancos e eles focado nesse produto. Cardili fez questão
o que fazíamos, imagino que todos não atendem os nossos clientes – ou, de deixar uma mensagem para os colegas
os colegas tenham vivenciado isso quando atendem, o fazem de maneira do fomento: “Não tenham medo do novo.
também. Por desconhecimento, era visto ineficiente. Estamos falando de mais de 10 O que te trouxe até aqui não é o que vai
como algo vergonhoso, erroneamente milhões de CNPJs aptos a serem operados te levar para o próximo nível”, incentiva.
associado a agiotagem”, lembra. pela nossa indústria”, explica Fiuza.
REVISTA DO SINFAC / SÃO PAULO