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ESPAÇO ABRAFESC
TEMPOS MODERNOS NO FOMENTO COMERCIAL
Por Rogério Castelo Branco
cionalização, por iniciativa deste presi- cadeias produtivas.
dente e suas históricas diretorias, aos quais Cega para as obrigações políticas e
rendo minhas sinceras homenagens. institucionais cada vez mais exigentes.
Por outro lado, a quem devemos im- Cega para a necessidade do cresci-
putar o fato de AINDA sermos confundi- mento “físico” e institucional.
dos com “agiotas legalizados”? Somente Cega para a necessidade de inovação
aos maus empresários? A quem devemos ilimitada.
culpar por nossa altíssima carga tributá- Cega para a autocrítica.
ria? Somente os governos? A quem deve- Cega para as pessoas que já estão de
mos culpar por mais de 5 mil empresas “saco cheio” dessa cegueira.
Rogério Castelo Branco é sócio-diretor registradas no setor não se associarem à Cega para as pessoas que não estão ce-
da Academia Brasileira de Gestão de mais antiga e, teoricamente, mais repre- gas e querem ver as coisas melhorarem de
Recebíveis (Abragere)
sentativa associação do setor? Somente verdade no Fomento Comercial.
“Eu vejo um novo começo de era, de gen- os “subversivos”? Dentre essas pessoas (aquelas que
te fina, elegante e sincera. Com habilidade A quem devemos culpar por ainda querem o melhor para o setor) está o se-
pra dizer mais sim do que não, não, não”... termos de recolher IOF? Somente a Re- nhor Hamilton.
Nada poderia expressar tão bem o mo- ceita Federal? A quem devemos culpar Quando o conheci, por ocasião da
mento atual (e principalmente as perspec- por confundirem operação de fomento saída do seu antecessor do SINFAC-SP,
8 tivas) do Fomento Comercial no Brasil. com operação financeira? Somente os confesso que não fiquei animado, pois
Leiam-se factorings, securitizadoras e ESCs magistrados? entendia que se tratava somente de “mais
(com consequências nos FIDCs também). A quem devemos culpar pelo enor- um da velha guarda” que, em tese, estaria
Com a fundação da ABRAFESC – As- me preconceito que AINDA sofremos ao mais preocupado com o “próprio umbigo”
sociação Brasileira de Factoring, Securi- abordar nossos prospects? Somente a de- do que com o setor.
tização e Empresas Simples de Crédito, sinformação dos empresários-clientes? Com o passar do tempo, constatando
uma era de prosperidade se inicia. A quem devemos culpar pela nossa resultados inquestionáveis para o Fomento,
Quem me conhece sabe que sempre praticamente inexistente representativi- meu ceticismo foi sendo quebrado, assim
fui crítico ferrenho da antiga associação. dade nos poderes públicos, mesmo sendo como minha opinião sobre o presidente.
Nem tanto por conta de sua histórica inér- tão representativos no PIB nacional e na “Caramba!!! Não é que o cara trabalha
cia em todos os sentidos, mas pela “con- geração de empregos e riquezas? Somen- de verdade”?
fusão de identidade” existente entre ela e te o descaso dos congressistas? É inútil Mas isso foi só até a metade dos seus
seu presidente, movida pela insistência da atribuir determinadas responsabilidades mandatos, enquanto eu conhecia sua ca-
perpetuação no “poder” do segundo. a quem entende que seu dever tem sido pacidade para o trabalho e determinação
Jamais deixei de reconhecer os mé- cumprido com maestria. em melhorar o ambiente de negócios na
ritos daquele senhor, seja pela institu- O que dizer a quem tem a real percep- compra de recebíveis. O que de fato me
cionalização do Factoring, seja pela vas- ção de que perpetuar-se no poder e “abra- surpreendeu, e mais, conquistou minha
ta contribuição doutrinária em nossos çar” uma entidade como se sua fosse são admiração, foi descobrir o quão simples e
tribunais, ou mesmo pela capacitação “atitudes saudáveis” e, antes de qualquer humilde é o Sr. Hamilton.
técnica e orientação de milhares de pro- coisa, uma “benção divina” para o setor. Nenhum outro dirigente do setor teve
fissionais que hoje enriquecem nossas a visão, mas principalmente, a humilda-
empresas. Meu livro de cabeceira se cha- TRUQUES DO EGO de em reconhecer que “uma andorinha só
ma “Factoring no Brasil”. É bom que isso O grande problema do EGO, por ou- não faz verão”. Só um líder humilde con-
fique bem claro. tro lado, é que a mesma força que o ine- seguiria atrair para si talentos brilhantes
Eu seria muito injusto se não soubesse bria o cega. como o Leandro Zen, o Marcio Gonçal-
reconhecer as contribuições e conquistas Cega para as verdadeiras dores de um ves, o Roberto Ribeiro, a Suzana Garbe-
que o setor colecionou desde sua institu- setor enorme, que engloba centenas de loti, o Ramon Bulhões e tantos outros,
Revista do SINFAC-SP • nº 46 • Outubro | Novembro | Dezembro 2020