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10          SAÚDE









        SAIBA COMO ENFRENTAR

        A SÍNDROME PÓS-COVID


        Pneumologista explica queixas comuns entre pessoas que tiveram o vírus
        e dá dicas para ajudar na recuperação



         A lista de sintomas é bastante extensa:   parte  das  pessoas  se  recupera  da  Covid   Enquanto ainda estamos em uma pande-
        fadiga, dor de cabeça, perda de memória,   sem sequelas, mas há casos com altera-  mia, Carolina reforça a importância do uso
        dificuldade de concentração, tosse, falta de   ções mais graves e alguns, até irreversí-  de máscara, do distanciamento social e da
        ar e fraqueza muscular são apenas alguns   veis. Por isso é preciso investigar”, reforça   vacinação. “Nós, que atuamos na linha de
        deles. Ao todo, os pesquisadores já conse-  a pneumologista.           frente, estamos vendo uma queda impor-
        guiram identificar mais de 50 queixas co-                              tante nas internações entre os vacinados.
        muns a pessoas que foram contaminadas   A  atividade  física  focada  na  fisioterapia   E, mesmo os que precisam de internação,
        com  o  coronavírus e  que,  agora,  sofrem   respiratória e no fortalecimento global   em sua maioria têm tido quadros mais
        com o que vem sendo chamado de síndro-  para ganho de massa muscular é uma pos-  leves,  rápidos  e  com  menor  necessidade
        me pós-covid.                       sibilidade  apontada  pela  pneumologista   de oxigênio. Está fazendo muita diferença
                                            para o tratamento da síndrome pós-covid.   Precisamos de todos vacinados o quanto
         Alguns estudos realizados em diferentes   “Caso os exames indiquem que o pacien-  antes, com a vacina que tiver – não dá para
        países indicam que a Covid longa – como   te tem condições, essa é uma alternativa,   ficar escolhendo marca. Só assim vamos
        também é conhecida – pode atingir até   mesmo  para os  que ficaram internados.   diminuir o risco de novas variantes e, aos
        80% dos infectados. “No início da pande-  Pode ser bem cansativo no início, por isso   poucos, as coisas começarão a melhorar”,
        mia, não tínhamos ideia desse quadro.   é importante ter orientação e começar de-  enfatiza Carolina.
        Hoje, temos visto com frequência pessoas   vagar. Alimentar-se de forma regrada, in-
        com sintomas prolongados, mesmo após   gerir bastante líquido, evitar bebida alcoó-
        estarem curados da Covid-19. Em outras   lica e cigarro também ajudam bastante na
        palavras, o vírus vai embora, mas ficam as   recuperação”, orienta.
        consequências da sua passagem”, conta a
        pneumologista Carolina Salim, que, além
        de atuar na linha de frente do combate à   PRINCIPAIS SINTOMAS
        doença, faz o acompanhamento dos pa-   DA SÍNDROME PÓS-COVID
        cientes infectados.
         Segundo ela, a chance de desenvolver a   DOR DE CABEÇA, PERDA DE MEMÓRIA,
        síndrome é maior entre os que precisaram   DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO,
        de internação, mas, mesmo pacientes que   QUEDA DE CABELO, PERDA DE PALADAR
        tiveram a doença de forma leve, sem en-  E OLFATO
        trar na fase inflamatória, e até mesmo os
        assintomáticos, podem acabar conviven-
        do com sintomas persistentes. Carolina
        explica que é preciso ter atenção para o
        momento de se buscar ajuda especializa-  TOSSE, FALTA DE AR, PALPITAÇÃO,
        da. “Se os sintomas persistem após seis   AUMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
        semanas, o ideal é procurar um pneumo-
        logista”, orienta.

         Há vários  exames que podem  ajudar a
        dar um diagnóstico, como os de sangue, de   NÁUSEA, PERDA DE PESO
        imagem pulmonar e até cardíacos, já que o
        vírus não afeta apenas o sistema respira-
        tório, como se achava no início da pande-
        mia. Ele gera uma reação inflamatória di-
        fusa, que pode atingir outros órgãos, como   FADIGA, FRAQUEZA MUSCULAR,
        cérebro e coração. “Vale lembrar que boa   DOR NAS ARTICULAÇÕES





        REVISTA DO SINFAC / SÃO PAULO
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