Page 9 - Revista do SINFAC-SP 53
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        a compatibilidade entre cedente e   factorings. “Tem empresas em RJ com
        sacado, seja pelo sobrenome, ramo de   mais de 60% do endividamento com
        atividade, endereço, site ou domínio   fundos. São empresas que trabalhavam
        de e-mail, entre outros indícios.   com taxas baixas, bancarizadas. Antes,
                                            tínhamos um tempo para saída de risco,
        Para o debate, o diretor do Kreditare FIDC,   a gente identificava o problema e fazia
        Northon Gilvan Menegon Jardim, trouxe   um processo de retirada. Mas, na maioria
        dados alarmantes sobre a quantidade   desses casos, a empresa não teve
        de FIDCs que hoje são credores de   tempo para a retirada”, avalia Northon.
        empresas em Recuperação Judicial.
        O levantamento demonstrou que, em   Confira as principais análises e
        janeiro deste ano, as empresas em   dicas que os empresários trouxeram
        recuperação judicial tinham 534 credores   durante a mesa redonda.
        somente entre FIDCs, securitizadoras e




                            “Cada vez mais os cedentes ficam amigos dos analistas e entram na
                            esteira de operações, isso está causando problemas no nosso meio. O
                            cedente tem que ser analisado como se todo dia fosse um novo cliente”.
                            Roger Garrio Carlucci, diretor da MoneyCred






                                    “Temos que ter e seguir mais processos dentro de nossas empresas. É isso que vai
                                    nos ajudar a ter cuidado, por exemplo, na saída de risco de empresas com problemas”.
                                    Northon Gilvan Menegon Jardim, Diretor do Kreditare FIDC






                        “Talvez a raiz do problema esteja no tamanho do mercado. Como temos poucas
                        opções para alocar recursos, acabamos tendo que fazer o que o cliente quer.
                        E, muitas vezes, a gente, com dinheiro em caixa, fecha operações que, de
                        forma consciente, não deveriam ser feitas”.
                        Everaldo Moreira, Diretor da One7






                                    “A nossa indústria de fomento precisa amadurecer as análises racionais para que
                                    a gente deixe de ser considerado sub prime. Todo mundo é bom analista de crédito,
                                    mas falta disciplina e foco. É justamente quando não se respeita situações básicas de
                                    racionalidade é que se leva prejuízo”.
                                    Volnei Eyng, Diretor da Multiplike






                “Temos ferramentas de central de risco e o nosso setor não alimenta, nós não nos
                unimos e não aderimos à essas ferramentas. Mas em qual lista queremos estar? Na que
                previne as fraudes ou na lista dos credores de uma empresa em recuperação judicial?”
                Marcio Lima Gonçalves, Diretor do SINFAC-SP e da ABRAFESC






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