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MERCADO X COVID-19

“Se não fizermos uma política de retenção de caixa até as
coisas melhorarem, não teremos recursos para operar quan-
do a situação se resolver. Neste momento, recomendo realizar
operações seguras e moderadas, que simplesmente paguem os
seus custos fixos, não importando a maximização de lucros,
que poderão se converter em prejuízos”, argumenta Hamilton,
salientando que, na atual situação, “a realização de operações
comissárias ou tranches de fomento sem mercadoria entregue é
contratar um problema possivelmente irrecuperável”.
Diretor Robinson Carneiro Diretor Leandro Zen, Nesta mesma linha, o consultor jurídico do SINFAC-SP, Ale-
Cerqueira Leite, da AthenaBanco da Size
xandre Fuchs das Neves, reitera que a crise socioeconômica tra-
para a maioria deles; a diminuição da velocidade de abertura de zida pela pandemia de coronavírus se reflete, evidentemente, no
novos cadastros; o corte dos limites de tranches; e a realização de faturamento das empresas e, consequentemente, no prazo médio.
operações somente com comprovação de mercadoria entregue. Entretanto, ressalta o advogado, a gravidade do momento
“A partir desta visão do mercado em geral, recomendamos certamente facilitará a abertura de uma série de oportunidades
às empresas de fomento comercial muita cautela em suas ope- positivas para as empresas do setor, desde que os gestores enten-
rações”, afirma o presidente do SINFAC-SP, Hamilton de Brito dam a necessidade de se aceitar que, além do aumento do prazo
Junior, sócio da Credere Consultoria e Fomento Mercantil, para médio, será preciso criar novos modelos de crédito.
quem é essencial, neste momento, minimizar perdas, evitando “Para bom entendedor, não bastam as comissárias ou inter-
achatar as já exíguas margens de lucro. company para alcançar recursos ao cedente, enganando-se com
“A nossa empresa, por exemplo, tem registrado um grande prazos ou entregas de mercadorias que não acontecerão”, alerta
aumento na demanda de antigos e novos clientes, que tentaram Fuchs, reforçando que outro desafio é saber como o mercado de
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incrementar as operações conosco. São empresas que já dividiam adquirência vai se reinventar para ultrapassar este complicado
esse movimento com nossos concorrentes, cujas portas foram fe- período da história.
chadas. Demos preferência pelo atendimento aos clientes que nos
dão fidelidade, e não poderíamos negar essa parceria”, descreve. NOVAS DIRETRIZES
Segundo o dirigente, operações não performadas têm risco As empresas do setor vão precisar criar novas diretrizes
duplo, principalmente agora por causa do coronavírus, momento para enfrentar meses e até anos de dificuldades da já combalida
em que o cedente poderá não entregar a mercadoria por falta de economia brasileira, principalmente se as reformas tributária e
matéria-prima ou mão de obra, e o sacado, da mesma forma, can- previdenciária demorarem para ser aprovadas ou realizadas de
celar o pedido, ou mesmo se aceitá-lo, não honrar o compromisso. forma precária.

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Revista do SINFAC-SP • nº 43 • Janeiro | Fevereiro | Março 2020