Page 17 - Revista do SINFAC-SP 48
P. 17
17
Revista do SINFAC-SP Revista do SINFAC-SP
Qual o carro-chefe da Via Fomento? Qual o principal desfio
da Via fomento hoje?
Wagner Castilho – Nosso ponto forte é
a antecipação de recebíveis, mas temos Wagner Castilho – Permanecer compe-
também muitos outros produtos como, por titiva no mercado. Se você pegar o nosso
exemplo, o fomento à produção, a consul- gráfico de crescimento, vai ver que temos
toria para fundos de terceiros e as opera- uma preocupação muito grande de cres-
ções com crédito consignado. Temos uma cer de forma organizacional e orgânica.
carteira muito fiel, formada por empresas Sempre com muito planejamento. Não
do setor de alimentação, higiene e limpe- fazemos nada que não seja aprovado em
za, petroquímicos, embalagens e produtos comitê. Somos oito pessoas dentro de
químicos. Empresas que sofreram pouco um comitê, onde discutimos, toda segun-
impacto por conta da pandemia. Isso fez da-feira, os rumos da empresa e como
com que tivéssemos poucos problemas estamos entendendo o mercado. Dentro
de liquidez ou problemas com operação. da área de negócios, temos uma gestora
e contratamos mais uma analista, uma
Revista do SINFAC-SP profissional de altíssimo nível, para fazer
A ideia é que outros serviços passem uma análise minuciosa de toda a nossa
a ocupar espaço maior na empresa? carteira. Queremos trabalhar com total
segurança e tranquilidade, e garantir que,
Wagner Castilho – Não necessariamen- quando uma operação entra em nossa
te, mas nós achamos importante ter um empresa, teremos pessoas técnicas e ca-
leque de opções para oferecer ao cliente. pacitadas para tomar a melhor decisão. “Eu e meu sócio, Luiz
A verdade é que antecipação de recebíveis Carlos Casante, viemos
qualquer um faz. O cliente quer saber qual Revista do SINFAC-SP do mercado de câmbio,
atrativo nós temos para criarmos um rela- Como está a recuperação do setor e da fechávamos operações
cionamento mais duradouro. Na nossa em- Via Fomento, em relação à pandemia? por telefone, praticamente
presa, temos o fomento à produção, temos não trabalhávamos com
a possibilidade de uma administração com- Wagner Castilho – De maneira geral, o documentos. No início,
partilhada – eu posso administrar contas a setor sofreu pouco com a pandemia. Claro ficamos meio perdidos e
pagar e contas a receber dele – temos uma que as empresas que tinham apenas os mi- bem assustados. Depois
subadquirente para capturar transações croclientes, aqueles pequenos comércios desse primeiro impacto,
de crédito (a maquininha SoulPay Soluções de bairro, sofreram muito mais. Depende fomos nos estruturando
de Pagamento), podemos fazer uma CCB muito do segmento do fundo ou da facto- para trabalhar com fundos”
lastreada com uma garantia e oferecemos ring. Se você pegar os nossos informes de
consultas a órgãos para uma avaliação de liquidez, verá que sofremos muito pouco Wagner Castilho,
crédito mais apurada. São serviços que impacto. Um dos segredos foi trabalhar proprietário da Via Fomento
agregam ao relacionamento. Sempre avi- bem a carteira. Tivemos essa preocupação
so aos clientes: me fale o que você precisa, muito presente. E todo o segmento acabou
sendo uma necessidade financeira, mon- conseguindo minimizar as perdas porque
tamos uma operação para você. Porque o nos ajustamos muito rapidamente. Muitas
banco pode até oferecer um variado núme- operações nós prorrogamos. Tinha clien-
ro de opções, mas tudo isso passará por um tes com R$ 200 mil para vencer no semes-
comitê, por uma diretoria, e voltará depois tre e preferimos dar uma alongada na dívi-
de 15, 20 dias. Eu sou do tempo em que da. Ajustamos a carteira e prorrogamos os
entrávamos no banco e víamos uma mesa títulos a vencer que sufocariam o cliente.
para abrir conta corrente, outra para fechar Funcionou assim em todo o setor: os ges-
conta corrente, uma mesa para abrir cader- tores dos fundos foram até os clientes, en-
neta de poupança e uma mesa para fechar tenderam a necessidade, renegociaram as
poupança. Um funcionário para cada moda- dívidas. Com isso, deram fôlego para esses
lidade. Tudo muito burocrático. Quem opera clientes e permitiram que eles fossem re-
com fundo não é apenas um número, é um tornando ao mercado de forma gradativa.
cliente com quem estamos sempre em con- Foi quase uma linha de produção. Desde o
tato. O relacionamento é pessoal, não é nu- fundo até o tomador final. Assim, todas as
mérico. Não fazemos negócio com nenhuma pontas conseguiram se sustentar.
empresa que a gente não conheça o dono.