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48 ENTREVISTA COM O ASSOCIADO
MERCADO DE FIDCS
DEVE PASSAR POR
FUSÕES, AVALIA
O PRESIDENTE DO
SP BANCO, RAUL
CARLOS BARRETO
Raul Carlos Barretto recebe homenagem pelos 20 anos do SP Banco
O mercado de FIDCs mais que dobrou nos demonstra seu pioneirismo no mercado. procura a solução mais adequada, inclu-
últimos cinco anos. De acordo com dados “Nós migramos boa parte dos ativos da sive a venda desses ativos, isso também
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), factoring para o FIDC, que é gerido pelo tem acontecido, operações de cessão
em dezembro de 2018, o país contava com Banco Fenaxis. Continuamos com a facto- de crédito mais complexos, o mercado
747 FIDCs – hoje já são 1.740, um cresci- ring porque é por lá que geramos todos os secundário também está ativo”, comenta
mento de 133%. Para o fundador de um ativos que vão para o FIDC e temos toda em entrevista à Revista do SINFAC-SP.
dos primeiros FIDCs do Brasil, Raul Car- uma equipe de profissionais para conta-
los Pereira Barreto, nos próximos anos, o to com a clientela e toda uma estrutura Durante o 16º Simpósio do SINFAC-SP e 3º
mercado deve continuar crescendo, mas administrativa”, esclarece afirmando Congresso da ABRAFESC, Raul recebeu
haverá uma acomodação. “O segmento vem que o foco do negócio continua sendo o o troféu “SINFAC-SP Parabeniza” em ho-
operando muito bem. A expectativa é que fomento à pequenas e médias empre- menagem do Sindicato paulista pelos 20
isso continue assim, mas que haja uma con- sas, especialmente no setor industrial. anos do SP Banco. “É um reconhecimento
solidação mais para frente como houve no em função de todo o nosso empenho de
sistema bancário, com fusões e aquisições”, “Tem períodos em que a situação reco- estar nesse mercado do factoring. Para
estima Raul. Ele acredita que esse movi- menda uma cautela maior, em função mim, realmente, é muito importante.
mento no mercado de FIDCs será impor- da própria economia, como foi na pan- À medida que vai passando o tempo,
tante para fortalecer as empresas, dando demia. Tivemos um 2023 em que se você vai, evidentemente, ampliando a
a dimensão adequada para as operações. previa um crescimento menor e acabou sua atividade, ampliando o seu relacio-
acontecendo justamente o contrário, o namento e sempre colaborando com
“Juntar para ter tamanho e melhores resul- crescimento vai chegar a 3%, por aí. E, as associações. Estou muito satisfeito
tados”, essa é a visão do empresário que no ano de 2024, temos a expectativa de com esse convite e estou aqui presente,
atuou por 35 anos no Banco Mercantil de São repetir o 2023, com um crescimento um justamente, para receber, com muito
Paulo e participou, inclusive, da transição pouco menor, por volta de 2%. Essas entusiasmo, esse prêmio que está sendo
do banco após a venda para o Bradesco, em regras da 175, estamos nos adaptando. atribuído à nossa existência”, celebrou
2022. Sobre o futuro do SP Banco, ele não Vamos procurar manter o que já temos Raul. Ao todo, o evento homenageou 13
descarta a possibilidade de crescimento via e crescer na medida que a economia vai empresa, confira a relação na página 34.
fusões. “Estamos acompanhando o mercado, crescendo”, analisa Raul em referência
o que surgir que possa nos interessar, não ao novo marco regulatório dos fundos, a
tenho dúvidas de que faremos. Temos um resolução CVM 175 que entrou em vigor, “O segmento vem operando
bom contato com várias empresas, isso é de forma faseada, no ano passado. muito bem. A expectativa é
importante, essa constante troca de infor- que isso continue assim, mas
mações”, avalia. Para ele, as associações O otimismo para 2024 vem acompanhado
e sindicatos também cumprem esse papel, de uma preocupação de mercado com que haja uma consolidação
“é um polo onde a gente troca ideias”. as recuperações judiciais. “Quem esta- mais para frente como
va operando com esses ativos, já fez as houve no sistema bancário,
Foi logo após a venda do Mercantil que ele devidas provisões. Há uma preocupação
abriu sua factoring, que agora completa 20 para que se façam os acordos para que com fusões e aquisições”
anos de operação, e deu origem ao SP FIDC, os recursos voltem às empresas credo-
em 2003, lembrando que a regulamenta- ras. É um acompanhamento diário que se Raul Carlos Barretto, diretor
ção desse tipo de fundo data de 2001, o que faz das recuperações judiciais. Cada um presidente do SP Banco, 20 anos
REVISTA DO SINFAC / SÃO PAULO